Em 2012, entre trabalhos encomendadas por revistas ou ensaios fotográficos para agências de publicidade, os fotógrafos suíços Jojakim Cortis e Adrian Sonderegger decidiram se divertir recriando com técnicas de modelagem e iluminação num estúdio Zurique, uma fotografia de Andreas Gursky conhecida por Rhein II, uma paisagem com o rio Reno vendida em 2011 por mais de quatro milhões de dólares.
Até então, era a fotografia mais cara já vendida, até ser superada em 2014. Rhein II é uma fotografia polêmica que divide a opinião pública, descrita por uns como “uma imagem lamacenta do Reno cinzento sob o céu cinzento” e por outros “vibrante, bonita e memorável“.
“Tudo começou como uma zombaria“, disse Jojakin Cortis a uma revista na época, ao sabendo por quanto foi vendida a fotografia de Andreas e complementou: “Em nosso tempo livre, quando não tínhamos trabalhos a fazer, decidimos tentar recriar as imagens mais caras do mundo.” Originalmente queriam apenas recriar as fotografias mais caras, mas logo perceberam que as dificuldades técnicas eram imensas.
Então, decidiram recriar fotos icônicas, que registraram os grandes eventos dos últimos duzentos anos. Os fotógrafos chamam a série de “Iconen“, porque são imagens instantaneamente reconhecidas, tanto por outros fotógrafos, como por espectadores casuais.
A dupla começou a selecionar imagens que eram fáceis de se reconstruir em miniatura, às vezes fazendo alterações em modelos comprados, como no caso de tanques usados para recriar a cena da Praça Tiananmen, na China e outras vezes, terem eles que construir tudo do zero, como por exemplo, o World Trade Center em chamas, feito com janelas desenhadas com caneta e fumaça de algodão. Eles recriam minuciosamente cada cena em miniatura usando materiais fáceis de encontrar, como papel, algodão, cola quente, cimento e outros. Algumas cenas demoram dois ou três dias para ficarem prontas, outras levam semanas.
Na cena da Praça Tiananmen, eles compraram sete tanques de montar e passaram uma semana montando-os e isso acabou sendo muito desgastante. “Montar um tanque foi divertido, o segundo foi bom, mas o terceiro enjoou” Disse um deles. Então decidiram depois de montar quatro tanques que os outros iriam ser adicionados a cena pós -produção, duplicando os últimos três tanques por computação gráfica.
Antes de iniciar cada cena, uma câmera é posicionada na posição correta, escolhem o ângulo igual a foto original e não movem mais ela, até que o trabalho esteja concluído. Depois de recriada a cena icônica com perfeição, fazem questão de registrar o trabalho, tirando fotos mais afastadas e assim fornecendo um vislumbre do estúdio e dos materiais utilizados nas maquetes, espalhados ao redor da cena. Com o nome de Double Take, os dois fotógrafos lançaram um livro com trinta e nove reconstrução em miniatura de eventos cruciais ao longo da história.
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