Huangling, situada no condado de Wuyuan, na província de Jiangxi, leste da China, é uma pequena e pitoresca aldeia construída em uma encosta, cercada por deslumbrantes campos de flores de colza em terraços.
A história da vila remonta à dinastia Ming (1368-1644), evidenciada em suas casas de estilo Hui, caracterizadas por telhados pretos e paredes brancas. Apesar de sua beleza atual, há menos de duas décadas, Huangling encontrava-se em um estado precário, à beira da ruína. Foi somente em 2009 que o governo local decidiu desenvolver o turismo na aldeia, transformando-a em um resort.
As antigas casas agrícolas passaram por renovações para se tornarem lojas, restaurantes e hotéis. Os residentes foram incentivados a preservar e exibir a cultura tradicional e os costumes populares para atrair visitantes. Um desses costumes é a prática da secagem de colheitas, conhecida como Shaiqiu, uma técnica tradicional que desempenha um papel vital na preservação dos alimentos durante o outono para uso durante os meses de inverno.
Essa tradição é especialmente notável em áreas rurais da China, onde comunidades inteiras se engajam nesse processo ancestral para garantir uma reserva de alimentos durante os períodos mais frios.
O Shaiqiu envolve a preparação e a exposição de uma variedade de produtos agrícolas, como milho, pimenta, abóbora e flores de crisântemo, ao ar livre para secagem. Normalmente, são escolhidos os dias ensolarados e de clima seco para realizar esse método, já que a luz solar ajuda na remoção da umidade dos alimentos. Os agricultores organizam as colheitas em estruturas abertas ou em varais, permitindo que elas sejam expostas ao sol por períodos estendidos.
Esse processo não apenas preserva os alimentos, mas também intensifica os sabores e aromas naturais, proporcionando um sabor concentrado e duradouro. Além disso, essa técnica permite que as comunidades rurais aproveitem ao máximo suas colheitas, evitando desperdícios e garantindo uma fonte sustentável de alimento durante os meses em que a produção é limitada devido às condições climáticas adversas.
O Shaiqiu vai além de uma prática utilitária; representa uma conexão profunda com a terra e as tradições agrícolas. Ao preservar os métodos antigos de secagem de colheitas, as comunidades não apenas asseguram sua subsistência, mas também mantêm vivas suas histórias, costumes e modos de vida transmitidos ao longo de gerações. Essa prática não apenas nutre o corpo, mas também fortalece os laços culturais e a identidade das comunidades que a praticam.
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