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Futuro, as utópicas casas móveis

Na década de 1960, o mundo estava maravilhado com as invenções da televisão em cores, do gravador de fita cassete, da fotografia instantânea e outras, bem como, foi a década que o homem pisou na lua e dezenas de filmes de ficção científica eram lançados anualmente e uma utopia futurística estava em moda. O futuro tinha chegado e um designer inspirado por esse conceito projetou as Futuro House ou Futuro Pod.

As casas “Futuro” foram idealizadas em 1965, pelo arquiteto finlandês Matti Suuronen, que foi desafiado por um amigo a projetar um chalé de esqui portátil que pudesse ser facilmente montado em terrenos acidentados, as instruções eram:

Uma casa móvel, para temporadas de esqui em lugares remotos, que fosse “durona” o bastante para sobreviver às temperaturas abaixo de zero e às nevascas em grandes altitudes. A casa tinha de ser rápida e fácil de montar – e desmontar – em neve funda ou em terrenos montanhosos e leve o bastante para ser levada de helicóptero. E, por fim, quanto mais barata fosse, melhor“.

Futuro House, as utópicas casas móveis
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Ele demorou quatro anos, mas projetou uma casa futurística modular em forma de disco voador dos anos 60, com base elipsoidal e forma geométrica, capaz de ser montada e desmontada em dois dias. Ele escolheu um design arredondado, não só pela sua força, mas também pelo espaço, mantendo o uso dos materiais no mínimo possível.

Entre 1968 a 1970, foram construídas cerca de 100 dessas casas, feitas de poliéster reforçado por fibra de vidro, um material novo e relativamente barato na época, preenchido com espuma de poliuretano, medindo 4 metros de altura por 8 metros de diâmetro, composta por 16 elementos que eram aparafusados em conjunto para formar o piso e o telhado. Há 20 janelas, todas com o mesmo formato elipsoidal da estrutura externa.

Ele escolheu esse modelo, uma versão tridimensional da curva fechada conhecida como elipse, porque acreditava que daria à “Futuro” a maior sensação possível de espaço interno. Tem capacidade para oito adultos e inclui sala de estar, cozinha, casa de banho, lareira e cadeiras. Com ela, os proprietários teriam uma casa móvel que os acompanhassem para onde fossem. Em 1970 a revista Architecture d’aujourd’hui, descreveu a casa como “ideal para as montanhas muitos frias ou mesmo à beira mar“.

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Metade das quase 100 “Futuros” produzidas foram fabricadas na Finlândia, o resto foi feito em outros países. O projeto fez tanto sucesso que Suuronen recebeu a missão de desenvolver todo um leque de casas móveis. Mas o desastre se abateu sobre elas em 1973, durante a crise do petróleo, quando o preço do plástico subiu vertiginosamente. O preço da casa inicialmente que era em torno de 14 mil dólares e depois subiu para 40 mil dólares, inviabilizando sua comercialização. Os planos para as novas casas foram abandonados e a produção da “Futuro” parou.

Estimasse que cerca de 60 das “Futuros” originais sobreviveram, e estão espalhadas em várias partes do mundo. Elas também viraram polêmica em alguns lugares, até mesmo na Finlândia, onde a primeira das cem casas foram erguidas ao lado de um lago e recebida com protestos, porque parecia fora do meio ambiente circundante. Nos Estados Unidos, muitos municípios proibiram que fossem erguidas em seus limites e bancos se recusaram a financiar esse tipo de casa.

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Maquete com modelos em miniatura | Crédito foto
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Matti Suuronen | Crédito foto
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Folheto promocional de venda da época | Crédito foto
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