A grande maioria dos grafiteiros nunca teve a chance de pintar uma figura humana medindo uma área de 30.000 metros quadrados, mas a maioria deles também não usa grande campos verdes em montanhas e pastos como tela.
Já o artista suíço Guillame Legros, mais conhecido como Saype, cria pinturas temporárias em campos, usando uma tinta especial biodegradável que ele mesmo desenvolveu depois de um ano fazendo testes até conseguir a textura e a consistência certa. Ele usa uma mistura de óleo de linhaça, água e farinha, misturado com pigmentos naturais.
Com ajuda de uma pistola de tinta, o artista espalha grandes quantidades de pigmento de cada vez sobre a grama bem aparada, para que seu trabalho dure o máximo que puder. A taxa de crescimento da grama e o clima é que determinam quanto tempo cada “afresco”, como Saype chama suas pinturas, vão durar, se apenas algumas semanas, ou mais de um mês.
A pintura feita de 2016, chamada “Un Grand Homme“, retratando um cavalheiro vestindo um chapéu e suspensórios fumando um cachimbo e olhando o vale abaixo, feita no topo da colina de Leysin, na Suíça, medindo 14.ooo metros quadrados bateu o recorde mundial por seu tamanho, enquanto a pintura de 2018, chamada “Present by Future“, criada para o Festival Eurockéennes em Belfort, França, foi o seu trabalho mais complexo.
Como muitos artistas contemporâneos, Guillame Legros começa com uma fotografia do assunto e faz um reconhecimento aéreo do campo. Depois com precisão meticulosa e um planejamento, ele e sua equipe colocam estacas e fitas, esquadrinhando uma área em quadrados menores, como artistas fazem, quando querem aumentar uma imagem.
Ele e sua equipe começaram a pintar o campo, um quadrante de cada vez, sempre verificando o progresso com a ajuda de um drone, e assim poder fazer as correções necessárias. Em média, cada pintura demora três meses e são utilizados 650 litros de tinta.
“Fascinado pela filosofia e pelas questões que poderíamos chamar de existenciais, sua pintura explora, na maior parte das vezes, problemas em torno do ser humano“, está escrito em uma de suas biografias e continua: “Seu trabalho é para ele uma maneira de compartilhar sua visão do mundo e nos convida a pensar sobre nossa natureza profunda, nosso espírito, nosso lugar na Terra e na sociedade“.
Artigo publicado originalmente em novembro de 2016
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