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A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega

Todos os anos no mês de fevereiro em San Juan de la Vega, uma pequena cidade perto de Celaya, Guanajuato no México, ocorre um festival bombástico diferente de qualquer outro no mundo. O festival é conhecido por lá, como Bomb Hammer Party ou a festa do martelo explosivo e feito em homenagem ao padroeiro da cidade e também a pessoa que leva o seu nome e que era considerada o Robin Hood do México.

A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega

A lenda diz que no século 17, o mineiro Juan Aquino de la Vega, carinhosamente chamado de “San Juantito“, se envolveu em uma batalha com os ricos proprietários de terras da região. Ele tinha uma tendência em roubar dos ricos para dar aos pobres, entrando nas fazendas e roubando comida e armas e distribuindo aos pobres. Um dia foi emboscado pelos soldados do rei e morto, nascendo a assim o herói da região.

Uma outra versão, diz que o fundador da cidade, Juan de la Vega, rico mineiro e rancheiro, foi ajudado pelo santo padroeiro da cidade, São João Batista na recuperação de ouro roubados por bandidos. Moradores amarraram então explosivos artesanais em marretas de mineração e explodiam para comemorar a vitória sobre os foras da lei. Qual das versões é a original ninguém sabe ao certo. No entanto, a celebração do conflito continua a ser festejada todos os anos na época da Quaresma, de forma altamente explosiva.

A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega

Pacotes contendo fertilizante e enxofre, são amarrados na cabeça de marretas e detonados com um violento golpe contra rochas e placas de metal. As bombas explodem em uma nuvem de fumaça e poeira, acompanhada de estilhaços voadores que podem rasgar e a carne dos espectadores. Os participantes usam algum tipo de proteção para evitar lesões, como óculos de sol, camisas de manga longa, chapéu e lenço no pescoço cobrindo até o rosto.

A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega

Mas essas proteções não são suficientes contra a onda de choque da explosão. Os participantes são muitas vezes jogados longe e as marretas giram fora de controle no ar e pedaços de pedras voam atingindo os rostos e outras partes do corpo dos homens e muitas vezes, tem seu tímpano prejudicado. Em 2007, dezessete pessoas foram feridas gravemente e no ano seguintes, cinquenta espectadores foram atingidos por estilhaços da explosão na Festa de San Juan de la Vega, considerado um dos festivais mais perigoso do mundo.

O fotógrafo americano Thomas Prior, que esteve no festival de 2016 e fez uma série de imagens e publicou um livro intitulado “Bomba”. Ele relata também de um homem que foi levado às pressas ao hospital, depois que um pedaço de metal rasgou sua testa, horas depois o mesmo homem, desta vez no ataduras em volta da cabeça, estava explodindo marretas novamente. No vídeo de dois minutos abaixo, pode se ter uma noção de como é essa tradição de mais de 400 anos e suas consequências as pessoas que as praticam, quase no final do vídeo.

A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega
A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega
A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega
A festa da marreta explosiva de San Juan de la Vega

Fontes: 1 2 3

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